Casos de câncer podem chegar a 35 milhões em 2050, alerta OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) projeta que o número de novos casos de câncer no mundo aumentará de 20 milhões, registrados em 2022, para 35,3 milhões em 2050, crescimento de 77%. Os dados foram apresentados pela diretora da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer, Elisabete Weiderpass, durante seminário promovido pela Fiocruz nesta quinta-feira (27), no Rio de Janeiro, em referência ao Dia Nacional de Combate ao Câncer.

Segundo Weiderpass, a expansão deverá ocorrer com maior intensidade em países de baixa e média renda, que ainda não possuem estrutura adequada para diagnóstico, prevenção e tratamento. Atualmente, o câncer causa 10 milhões de mortes por ano. O câncer de pulmão é o tipo mais incidente e também o que mais mata: 2,5 milhões de novos casos e 1,8 milhão de óbitos anuais.

Apesar de se tratar de uma doença global, a distribuição não é homogênea. A Ásia concentra metade dos diagnósticos e 56% das mortes, refletindo desigualdades em acesso à saúde. O impacto econômico também preocupa: a perda de produtividade por mortes prematuras em pessoas de 15 a 64 anos gera custo anual estimado de US$ 566 bilhões ao mundo.

No Brasil, o cenário acompanha a tendência. O Inca estima 700 mil novos casos por ano até 2025, enquanto a OMS projeta que esse número deve chegar a 1,15 milhão em 2050, alta de 83% em comparação com 2022. As mortes também devem dobrar, alcançando 554 mil.

Para autoridades e especialistas presentes no evento, o aumento projetado exige ação imediata. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu cooperação internacional para ampliar o acesso a novas tecnologias e reduzir exposição a fatores de risco como tabaco e ultraprocessados. O diretor-geral do Inca, Roberto Gil, ressaltou que o câncer deve se tornar a principal causa de morte no país e que o enfrentamento precisa considerar desigualdades sociais. Já o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, reforçou que políticas públicas inclusivas serão decisivas para prevenção e cura.

O encontro integra o projeto de pesquisa Doenças Crônicas e Sistemas de Saúde - Futuro das Tecnologias de Diagnóstico e Tratamento do Câncer, do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, sob coordenação de José Gomes Temporão e Luiz Antonio Santini.

Por Comunicação em Ação | com informações da Agência Brasil
Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

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