Dois anos de guerra: crianças de Gaza continuam a pagar o preço mais alto do conflito


Mais de 20 mil crianças morreram desde o início da ofensiva israelense; Unicef relata casos de fome, doenças e traumas psicológicos severos.

Dois anos após o início da ofensiva israelense em Gaza, em 7 de outubro de 2023, defensores dos direitos humanos intensificaram, nesta terça-feira (7), os apelos por um cessar-fogo permanente e pela libertação de todos os reféns ainda mantidos pelo Hamas. A data marca um período de mais de 24 meses de hostilidades que transformaram vastas áreas do território palestino em ruínas, deixaram famílias inteiras destruídas e um rastro profundo de sofrimento entre as crianças.

Segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde de Gaza, pelo menos 20.179 crianças foram mortas desde o início do conflito. O levantamento também aponta que 1.029 crianças com menos de um ano perderam a vida, enquanto 420 bebês morreram logo após o nascimento. Além disso, 58.554 crianças ficaram órfãs, 1.102 tiveram membros amputados e mais de 914 mil estão privadas de acesso à educação.

De acordo com o porta-voz do Unicef, James Elder, a situação humanitária no enclave é devastadora. “Mulheres estão sofrendo abortos espontâneos após longas e exaustivas jornadas forçadas do norte ao sul da Faixa de Gaza”, relatou.

Ele descreveu ainda cenas de desespero em meio à destruição: “Crianças descalças e famintas não têm para onde ir. Mães carregam filhos com a pele sangrando devido a erupções cutâneas. Crianças tremem diante dos bombardeios incessantes e olham para o céu acompanhando o fogo dos helicópteros.”

Elder afirmou que “todos têm alguma responsabilidade” pelo cenário atual, mas destacou que há apenas uma vítima clara: “Ontem, hoje e, sem ações significativas, amanhã — as crianças palestinas.”

Organizações internacionais alertam que grande parte da Faixa de Gaza se tornou inabitável, com hospitais destruídos, falta de água potável e acesso precário a alimentos e medicamentos. A ONU e diversas entidades humanitárias reforçaram, mais uma vez, o apelo por uma solução política que ponha fim definitivo ao conflito e permita a reconstrução da vida civil no território.

Enquanto isso, para milhares de famílias palestinas, a esperança por um futuro seguro para suas crianças segue sendo apenas uma promessa distante.

Comunicação em Ação | com informações da CNN
Foto: Mohammed Saber/EFE/EPA

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