por Bianca Andrade

A poucos dias de subir no palco do Pida! Music Festival, na Arena Fonte Nova, para comemorar os 20 anos do Pagodart com um projeto audiovisual, Flavinho garante se orgulhar da trajetória feita pelo grupo para conquistar o público baiano ao longo dos anos.
Para o artista, que retorna à banda após ficar 3 anos afastado dos vocais, o motivo da constância do grupo é um: o pagode limpo.
O termo pode causar estranhamento, mas para Flavinho pode ser explicado como não ceder ao pagode mais explícito que ganha os paredões ao redor de Salvador, mas não consegue ter espaço na grande mídia.
"Foi uma decisão nossa, da galera da banda. Já estamos juntos há 20 anos e o nosso pensamento era de que precisávamos rodar o Brasil e o mundo. Tentamos (ousar nas letras) uma vez, por conta das pessoas que falavam 'Ah, vocês precisam tocar isso, porque tá todo mundo tocando'. A gente tentou, mas não fez sentido, não era a nossa cara".
Segundo Flavinho, a tentativa foi uma forma de mostrar ao estúdio que a banda não combinava com algo mais explícito, como era cobrado.
"Uns tempos atrás a gente tentou fazer isso, até para não ter conflito dentro do próprio estúdio, de dizer que a gente não estava se renovando", conta o artista, que ainda justifica: "Música de duplo sentido a gente sempre fez". "É o 'se você quer tome', a gente sempre teve essa sequência, o 'não fui de ninguém'. Rodamos o Brasil e o mundo com as músicas que a gente sempre fez, mostramos nossa irreverência, nossas brincadeiras. É diferente do que se vê agora".
Apesar da crítica ao pagode explícito, Flavinho diz respeitar os artistas da nova geração e garante ter uma boa relação com os "meninos novos".
"A linha de musicalidade dos meninos novos é uma outra diferente. Tem algumas letras que não são do meu perfil, a gente consegue colocar o swing da galera mais nova, mas manter a essência do Pagodart, cortando essas letras mais explícitas".