por Lula Bonfim
A CPMI das Fake News, que investiga a existência de uma rede de produção e propagação de notícias falsas e o assédio virtual nas redes sociais, está paralisada desde abril de 2020, em decorrência da chegada da pandemia. Agora, a comissão, presidida pelo senador Ângelo Coronel (PSD-BA) e com relatoria da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), aguarda exatamente o término das investigações conduzidas pela CPI da Covid, realizada no Senado.
De acordo com o senador Coronel, em entrevista ao Bahia Notícias nesta quinta-feira (12), o retorno da CPMI das Fake News só ocorrerá quando as atividades no Senado puderem ser 100% presenciais, com liberação do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“Aguardando o posicionamento do presidente Rodrigo Pacheco, para que ele bote todas as comissões em condições de trabalho presencial. Eu só quero retomar, juntamente com outros que tenho conversado, presencialmente. Não no remoto”, afirmou Ângelo Coronel.
Além disso, o presidente da CPMI das Fake News aguarda o encerramento das investigações conduzidas pela CPI da Covid, que ocorre no Senado, e está concentrando as atenções dos senadores. Ângelo Coronel, inclusive, é suplente da comissão que investiga a atuação do poder público na pandemia e já fez algumas participações.
“É o tempo que a CPI da Covid tende a concluir sua apuração e a gente volte com a CPMI das Fake News, para que não haja concorrência entre as duas. Principalmente porque membros da CPI da Covid fazem parte também da CPMI das Fake News. Então não seria algo tão produtivo ter as duas trabalhando paralelamente”, complementou o senador.
A também baiana Lídice da Mata, relatora do projeto, torce para o retorno dos trabalhos na CPMI. Diferentemente de Coronel, a parlamentar não participa da CPI da Covid-19, que é exclusiva do Senado. Segundo ela, as investigações foram interrompidas quando chegaram a um ponto decisivo.
“A CPMI das Fake News está suspensa desde o início da pandemia. O que esteve em debate, discussão, foi justamente os resultados aos quais ela tinha chegado até então: o reconhecimento da sociedade da existência do fenômeno das fake news. Os membros do nosso colégio de líderes que integram a comissão passaram a falar normalmente sobre o tema na sociedade”, comentou Lídice ao Bahia Notícias.
“A CPMI está, hoje, lutando para retornar aos seus trabalhos, a partir do retorno dos trabalhos das comissões no Senado Federal. O nosso presidente é o senador Coronel, que já está em tratativas para o retorno dos trabalhos. Mas ela não está funcionando. Não tem como funcionar, porque nenhuma comissão no Senado está funcionando. Apenas a CPI da Pandemia, que foi por determinação do Supremo Tribunal Federal”, concluiu a deputada.
Ângelo Coronel avalia que, apesar da longa paralisação e da inexistência de previsão para o retorno dos trabalhos, as investigações conduzidas pela CPMI não serão prejudicadas, pois os prazos, renovados em abril de 2020, também estão suspensos.
“Não tem ainda a devida previsão, porque trata-se de uma CPI mista, com deputados e senadores. É diferente da Covid, que é só no Senado. Mas estamos com prazo congelado. Não haverá prejuízo. Haverá tempo para concluir as investigações, com o relatório final para ser aprovado ou não pelo plenário da CPMI, propondo indiciamentos de quem merecer ser indiciado”, finalizou o senador.