por Folhapress
As reservas de urânio enriquecido do Irã - material que, em altas quantidades, pode ser usado na produção de armas nucleares-- excederam quase oito vezes o limite autorizado pelo acordo nuclear de 2015, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta sexta (5).
De acordo com as conclusões dos inspetores, a quantidade acumulada por Teerã em 20 de maio era de 1.571,6 quilos de urânio enriquecido, em vez dos 202,8 quilos autorizados pelo acordo. O país saiu do acordo em janeiro.
A AIEA também expressou "profunda preocupação" com a falta de acesso a duas instalações iranianas que a agência deseja inspecionar como parte de sua missão de verificar as atividades nucleares de Teerã. A negativa de acesso ocorre há mais de quatro meses, segundo o relatório.
Segundo diplomatas, esses dois lugares são observados pela AIEA desde antes da assinatura do acordo nuclear de 2015.
Um destes locais --que teria passado por um processo de higienização para ocultar atividades nucleares - teria abrigado urânio natural, na forma de um disco de metal, no início dos anos 2000. O outro passou por "mudanças significativas, incluindo a demolição da maioria das construções", informa o relatório.
De acordo com agências de inteligência dos EUA e a AIEA, o país persa teve um programa secreto de armas nucleares, o qual interrompeu em 2003.
"O diretor geral da AIEA pede ao Irã que coopere imediatamente com a agência, inclusive fornecendo acesso imediato aos locais especificados", afirmou o comunicado.
O Irã indicou em novembro de 2019 que estava enriquecendo urânio a 5%, acima do limite permitido pelo acordo, em uma usina subterrânea no distrito de Fordo.
O acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015 limitava o enriquecimento de urânio com isótopos 235 a um máximo de 3,67%. Ainda segundo o texto, o país não tinha direito de realizar atividades de enriquecimento em Fordo, uma usina subterrânea que, durante muito tempo, foi mantida em segredo.
A taxa de 5% é inferior à de 20% de enriquecimento que o Irã chegou a produzir e está longe da de 90% necessária para a fabricação de uma bomba atômica.
O governo iraniano anunciou em janeiro deste ano que o país estava deixando de cumprir as exigências do acordo de 2015, colocando assim um ponto final no pacto.
O Irã começou a violar o acordo depois que os EUA se retiraram do pacto em maio de 2018, afirmando que o tratado não impedia Teerã de desenvolver armas atômicas. Em seguida, Washington impôs pesadas sanções econômicas contra Teerã.
O enriquecimento de urânio Urânio-235 (U-235)
Usado para produção de energia e para construção de armas. Contudo, o urânio extraído da natureza é composto majoritariamente de urânio-238 (U-238)
Enriquecimento
Processo no qual se aumenta a concentração do U-235. O método mais usado são as centrífugas, que separam os dois tipos de urânio pela pequena diferença de massa entre eles: o 235 é ligeiramente mais leve
3% a 5%
É o enriquecimento de urânio-235 usado para produção de energia
90% ou mais
Enriquecimento usado em armas nucleares. Urânio com menor nível de enriquecimento também pode ser usado para produção bélica, mas quanto menor a taxa de enriquecimento, mais urânio é necessário.
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| Foto: Divulgação |
De acordo com as conclusões dos inspetores, a quantidade acumulada por Teerã em 20 de maio era de 1.571,6 quilos de urânio enriquecido, em vez dos 202,8 quilos autorizados pelo acordo. O país saiu do acordo em janeiro.
A AIEA também expressou "profunda preocupação" com a falta de acesso a duas instalações iranianas que a agência deseja inspecionar como parte de sua missão de verificar as atividades nucleares de Teerã. A negativa de acesso ocorre há mais de quatro meses, segundo o relatório.
Segundo diplomatas, esses dois lugares são observados pela AIEA desde antes da assinatura do acordo nuclear de 2015.
Um destes locais --que teria passado por um processo de higienização para ocultar atividades nucleares - teria abrigado urânio natural, na forma de um disco de metal, no início dos anos 2000. O outro passou por "mudanças significativas, incluindo a demolição da maioria das construções", informa o relatório.
De acordo com agências de inteligência dos EUA e a AIEA, o país persa teve um programa secreto de armas nucleares, o qual interrompeu em 2003.
"O diretor geral da AIEA pede ao Irã que coopere imediatamente com a agência, inclusive fornecendo acesso imediato aos locais especificados", afirmou o comunicado.
O Irã indicou em novembro de 2019 que estava enriquecendo urânio a 5%, acima do limite permitido pelo acordo, em uma usina subterrânea no distrito de Fordo.
O acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015 limitava o enriquecimento de urânio com isótopos 235 a um máximo de 3,67%. Ainda segundo o texto, o país não tinha direito de realizar atividades de enriquecimento em Fordo, uma usina subterrânea que, durante muito tempo, foi mantida em segredo.
A taxa de 5% é inferior à de 20% de enriquecimento que o Irã chegou a produzir e está longe da de 90% necessária para a fabricação de uma bomba atômica.
O governo iraniano anunciou em janeiro deste ano que o país estava deixando de cumprir as exigências do acordo de 2015, colocando assim um ponto final no pacto.
O Irã começou a violar o acordo depois que os EUA se retiraram do pacto em maio de 2018, afirmando que o tratado não impedia Teerã de desenvolver armas atômicas. Em seguida, Washington impôs pesadas sanções econômicas contra Teerã.
O enriquecimento de urânio Urânio-235 (U-235)
Usado para produção de energia e para construção de armas. Contudo, o urânio extraído da natureza é composto majoritariamente de urânio-238 (U-238)
Enriquecimento
Processo no qual se aumenta a concentração do U-235. O método mais usado são as centrífugas, que separam os dois tipos de urânio pela pequena diferença de massa entre eles: o 235 é ligeiramente mais leve
3% a 5%
É o enriquecimento de urânio-235 usado para produção de energia
90% ou mais
Enriquecimento usado em armas nucleares. Urânio com menor nível de enriquecimento também pode ser usado para produção bélica, mas quanto menor a taxa de enriquecimento, mais urânio é necessário.
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MUNDO






