Sob o tema “esquecer é permitir, lembrar é combater”, foi realizado, na manhã desta quinta-feira (16), no Centro de Cultura, o II Seminário Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Promovido pela Secretaria de Assistência Social(Semas), por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), e em parceria com o Conselho Tutelar, o evento faz parte das atividades, no município, da campanha do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de Maio.
Além de estudantes, participaram do evento, pais, professores, representantes da Rede Municipal de Proteção à Mulher, do Conselho Tutelar, Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério Público e Pastoral do Menor.
“As atividades da campanha têm como objetivo provocar a sociedade a se questionar sobre o problema e, ao mesmo tempo, estimular a denúncia, de forma que as pessoas assumam o compromisso na luta pelos direitos das crianças e adolescentes”, explica o secretário da Semas, Alfredo Menezes. A programação do seminário foi aberta com apresentação cultural das crianças do Projeto “Arte Pela Vida”, da Pastoral do Menor, e seguiu com palestra da historiadora e psicóloga clínica, Iara Nancy Rios, que discorreu, entre outros pontos, sobre a naturalização da violência. “Nós temos uma cultura que invisibiliza a violência e isso gera a dificuldade de percebê-la. A violência acontece quando a relação de uma pessoa com a outra envolve a desqualificação, a desvalorização e a coisificação, ou seja, quando uma pessoa não enxerga a outra como ser humano”, pontuou a palestrante.
“Apesar de o município dispor de uma rede de proteção atuante, com ações intersetoriais que envolvem o Conselho Tutelar, a Deam, o CREAS, o Cram, o Ministério Público e um trabalho contínuo de orientação e conscientização junto à comunidade, infelizmente, o número de denúncias comprovadas que chegam até nós ainda é alto, e isso só mostra a grande importância das campanhas ”, avalia o conselheiro tutelar, Tony Clay.
As atividades da campanha seguem até o final do mês de maio com e palestras e orientações em escolas municipais, estaduais e nos CRAS do município. Já foram contempladas as escolas José Abelha Flores, Colégio Estadual São Francisco e Escola Miguel Fontes e os próximos serão a Escola Maria de Lourdes, o Cras Praça do Céu e de Nova Brasília, a Escola Miguel Fontes e a Escola Estadual Luís Eduardo Magalhães.
O que é violência sexual?
Violência sexual é a violação de direitos, no sentido de abusar ou explorar o corpo e a sexualidade. A maioria das pessoas associa violência sexual ao ato de penetração forçada, quando, na verdade, a violência sexual infantil é muito mais ampla, gerando traumas devastadores em qualquer manifestação em que ela ocorra.
O abuso sexual é caracterizado pela utilização da sexualidade de uma criança ou adolescente para prática de qualquer ato de natureza sexual. Portanto, estão previstos em lei e são considerados como abuso: toque, beijos, carícia e aliciamento.
Levando em consideração os fatores de risco, percebe-se que é ainda mais preocupante a prevenção da violência na primeira infância, uma vez que meninas e meninos nessa idade estariam mais vulneráveis, tendo menos autonomia para denunciar.
Como denunciar
O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, anônima, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.