O governo federal determinou o bloqueio de bens de 12 associações suspeitas de envolvimento em um esquema de fraudes que desviou mais de R$ 2,6 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS. A ação, anunciada nesta quinta-feira (8), foi articulada pelo Instituto Nacional do Seguro Social em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU).
A medida também atinge os dirigentes dessas entidades e seis empresas acusadas de atuar como intermediárias nos repasses indevidos. As ações foram baseadas na Lei Anticorrupção, que permite responsabilizar judicialmente pessoas físicas e jurídicas por atos lesivos à administração pública.
Entre as providências solicitadas estão: suspensão temporária das atividades das associações, bloqueio de contas bancárias e cartões de crédito, apreensão de passaportes dos suspeitos e envio de comunicações a corretoras de criptomoedas para rastreamento e congelamento de ativos.
Durante coletiva de imprensa, o advogado-geral da União, Jorge Messias, classificou o caso como grave e ressaltou que o presidente Lula determinou punições rigorosas aos envolvidos. “Não ficará pedra sobre pedra neste processo. Esse evento que nós estamos lidando, ele é de uma perversidade, ele é de uma crueldade inimaginável”, afirmou.
Segundo a investigação, as associações foram criadas com o único objetivo de praticar fraudes por meio de descontos associativos não autorizados na folha de pagamento da Previdência Social. O INSS identificou o credenciamento fraudulento dessas entidades a partir de apuração interna.
A operação marca uma das primeiras grandes reações do governo diante do escândalo, que já provocou mudanças na cúpula do INSS e no Ministério da Previdência.
Do Bahia.ba