Satélite russo associado a armas nucleares gira sem controle no espaço, dizem analistas americanos



Cosmos 2553 pode ter falhado, revelam imagens e dados de radares

O satélite Cosmos 2553, lançado pela Rússia em fevereiro de 2022, está apresentando comportamento anômalo e parece girar descontroladamente no espaço, segundo analistas dos Estados Unidos. A informação levanta suspeitas de falha no equipamento, que autoridades americanas associam a um programa de desenvolvimento de armas nucleares espaciais.

Segundo as avaliações, o Cosmos 2553 orbita a cerca de 2.000 quilômetros da Terra, em uma região de alta radiação geralmente evitada por satélites de comunicação ou observação. Embora a Rússia alegue que o artefato destina-se a testes de instrumentos em ambientes extremos, analistas norte-americanos apontam para um possível envolvimento do satélite em programas de armas antissatélite nucleares — capazes de destruir redes inteiras, como a constelação Starlink da SpaceX, utilizada pelas forças ucranianas.
Dados de radar confirmam comportamento errático

Observações feitas pela empresa LeoLabs, especializada em rastreamento espacial, e pela Slingshot Aerospace indicam que o satélite sofreu episódios de rotação descontrolada ao longo de 2024. Em novembro, a LeoLabs detectou padrões incomuns no movimento do satélite e, no mês seguinte, classificou a situação como de “alta confiança” para perda de controle.

Entretanto, novas imagens da Slingshot sugerem que o Cosmos 2553 pode ter recuperado certa estabilidade. Belinda Marchand, diretora científica da empresa, afirmou que alterações no brilho do satélite apontam inicialmente para problemas técnicos, mas agora indicam uma possível recuperação.

Riscos de escalada militar no espaço

O Comando Espacial dos EUA alerta que a diferença entre a missão oficial declarada pela Rússia e o comportamento observado do satélite aumenta o risco de interpretações equivocadas e escalada militar no espaço. Autoridades americanas têm se mostrado particularmente preocupadas com o avanço russo em tecnologias de armas antissatélite, consideradas uma ameaça direta à infraestrutura espacial estratégica dos Estados Unidos.

O caso do Cosmos 2553 se insere em um contexto mais amplo de corrida militar no espaço, que se intensificou nas últimas décadas e agora inclui o desenvolvimento de tecnologias para defesa e ataque de sistemas orbitais.

Do Contra Fatos

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