Ministério da Saúde já enfrenta críticas desde o início de 2024 por ter incinerado 10,9 milhões de doses de vacinas que venceram antes de serem aplicadas
De acordo com investigação do portal Metrópoles que revelou uma crise no fornecimento de vacinas em 11 estados do Brasil e no Distrito Federal, contradizendo a declaração oficial do Ministério da Saúde, que havia negado a existência de um problema de desabastecimento em âmbito nacional. As vacinas que estão em falta abrangem doses para “Covid-19”, “meningite”, “pneumonia”, “HPV”, “sarampo”, “caxumba”, “rubéola” e “febre amarela”, todas fundamentais para o controle de diversas doenças infecciosas.
O “Ministério da Saúde” tem sido alvo de críticas desde o começo de 2024 por ter incinerado 10,9 milhões de doses de vacinas que venceram antes de poderem ser usadas. A maior parte dessas vacinas era contra a Covid-19. Além disso, outras 12 milhões de doses já vencidas ainda aguardam ser descartadas, o que aumenta a preocupação com o desperdício e a administração dos estoques.
Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins são os estados mais afetados. Em grande parte dessas regiões, a vacina contra “varicela” está indisponível, com São Paulo sendo a única exceção. No Distrito Federal, a “varicela” foi substituída pela “tetraviral”, que também se encontra em falta.
A condição no Paraná é especialmente crítica, onde a falta de vacinas contra a Covid-19 para crianças se dá em um cenário de mais de 5 mil óbitos provocados pela doença em 2024. Adicionalmente, a vacina contra febre amarela, fundamental para zonas de risco, está em falta em seis estados e no Distrito Federal.
A escassez envolve vacinas essenciais como a para HPV, utilizada na prevenção de certos tipos de câncer, e a tríplice bacteriana (DTP), que proporciona proteção contra difteria, tétano e coqueluche. Como solução, alguns estados têm optado por alternativas, como a vacina pentavalente, que oferece outras proteções, incluindo hepatite B.
Apesar da situação crítica, nenhuma das entidades federativas propôs uma solução definitiva para a crise. Dificuldades com fornecedores e problemas logísticos foram mencionados como fatores que contribuíram para a escassez, particularmente no Pará. Enquanto isso, o Amazonas está na expectativa de novos lotes e o Maranhão logrou normalizar algumas doses de vacina para Covid-19 em outubro.
Os estados mais afetados pela escassez de vacinas estão buscando soluções temporárias, porém, ainda encontram obstáculos. Na Bahia, a disponibilidade de imunizantes contra a febre amarela tem sido inconsistente, em razão da produção restrita e problemas logísticos. Em outras áreas, como o Rio de Janeiro, as ausências têm sido “pontuais”, conforme relatado por autoridades locais. A expectativa do Espírito Santo é de regularizar o abastecimento em 2024.
Do Contra Fatos
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