Terreiro é alvo de ataques em Salvador

Foto:Reprodução 

O terreiro Ilê Axé Oyá Ogun Silé Omo, localizado no Santo Antônio Além do Carmo e liderado pela sacerdotisa Mãe Marta de Yansã, vem sofrendo uma série de violências e ataques de vizinhos que não aceitam a comunidade religiosa, os cultos no local, dando margem a uma série de atitudes de intolerância religiosa.

Segundo a iyalorixá, as agressões tiveram o ápice na última quarta-feira, dia em que a religiosa comemorou o seu nascimento para o axé, seu odu. Ela precisou colocar os atabaques na rua, para tomar sol e a partir daí surgiu a desavença com seu vizinho inglês, Charles Butler que provocou a sacerdotisa, alegando que ela não respeitava os limites sonoros. Na discussão Charles proferiu diversos insultos a Mãe Marta, cometendo intolerância religiosa e racismo.

“Ele me chamou de preta, disse que meu candomblé não vale de nada, que quero mandar na rua e nas pessoas, e que ninguém aqui gosta de mim. No meio da discussão ele se achou no direito de derrubar meu atabaque no chão, quebrou minha mesa, jogou minhas cadeiras longe, na casa da vizinha. Após a briga, ele instalou uma câmera em direção a minha casa. Estou saindo de casa com medo. Estou pedindo socorro! Ou vão esperar que aconteça comigo, o que houve com Mãe Bernadete? Já prestei queixa e fui a diversos órgãos como o Ministério Público e ninguém toma nenhuma providência efetiva”, ressaltou.

Gabrielle Teles, 31, testemunhou a discussão e se espantou com a falta de respeito com a yalorixá e a comunidade religiosa “Essa foi uma situação que traz à tona uma série de outros fragmentos de intolerância religiosa e como existe a necessidade de ter o braço da jurisprudência para contornar e combater essas situações para que não ocorram mais, pois o candomblé precisa ser respeitado”, comentou.

Mãe Marta de Yansã alega que toca o candomblé nos horários estabelecidos pelas regras municipais, iniciando por volta de 14 horas e concluindo por volta de 20 horas, por entender a necessidade de respeitar o silêncio da comunidade.

Ela contou que antes de fazer as festas que ocorrem na rua, duas ao ano, vai em todos os órgãos da Prefeitura para obter todas as licenças necessárias.

Do A Tarde
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