Foto: Rafa Caribé / Bahia Notícias
A Festa de Bonfim de Mata de São João também é um momento de luta para o povo de santa. A líder religiosa Maria Cícera, a Ciça de Oyá, fala da importância do evento na luta contra a intolerância às religiões de matriz africana.
“Nós somos um povo que somos sofredores, já viemos com esse histórico de sofrer. Vamos dizer que este é um momento de visibilidade. Nós somos escravizados desde o passado e isso continua. Então, é como se nós estivéssemos quebrando essas correntes e dizendo para o povo que nós, povo de axé, ancestralidade, nós sempre estamos vivos. A resiliência reside em cada um de nós”, destacou Ciça ao Bahia Notícias.
A liderança religiosa estima que existam atualmente cerca de 40 terreiros de candomblé em Mata de São João, mas que a intolerância dificulta o reconhecimento de novos espaços.
“Por conta da opressão, as babalorixás e ialorixás recuam com medo, mas estamos ao pouco mostrando que estamos numa nova era, em um novo mundo, que o amor está resistindo a tudo isso, e nós vamos chegar ao total de 100 terreiros contabilizados”, pontuou.
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