Jogo de volta da final está marcado para este domingo, no Estádio Valfredão, em Riachão do Jacuípe
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Foto: Reprodução |
Duas torcidas, um único objetivo: festejar a conquista do título baiano de 2022. A final será disputada neste domingo, entre Jacuipense e Atlético-BA, às 16h (de Brasília), em Riachão do Jacuípe.
O ge conversou com dois torcedores apaixonados, um pelo Leão do Sisal e o outro pelo Carcará, para saber como andam as expectativas para a decisão. A resposta é a mesma: confiança acima de tudo.
Do lado do Jacuipense, Carlos Alencar de Oliveira Carneiro, o famoso "Namor" - ganhou esse nome porque na infância era chamado pelos irmãos de "Amor" -, é um tradicional torcedor do time da casa.
Presente em todos os jogos do Leão do Sisal, o lavrador de 53 anos aposta em uma vitória por 1 a 0, o suficiente para a conquista do título - empate levará a decisão para os pênaltis.
- Vou assistir ao jogo com minha bandeira e meu guri junto, ele já é torcedor do Jacuipense. O nome dele é Guilherme, tem oito anos. Já tem foto desde novo com a camisa. Não torce por outro time, ninguém muda a cabeça dele.
A mesma opinião é compartilhada por Edvaldo Correia de Brito, conhecido como "Zé do Caixão", que ganhou o apelido devido ao hábito de ir aos jogos do Atlético de Alagoinhas usando um enfeite em forma de caixão com as cores do clube adversário.
O torcedor do Carcará vai viajar para Riachão do Jacuípe para acompanhar a final e aposta na vitória por 2 a 0 de seu clube do coração.
- Vamos buscar o bicampeonato, com certeza. Vamos fazer a festa lá. Vamos de ônibus, domingo, às 12h. Estaremos lá umas 15h. No mesmo dia, voltamos para fazer a festa aqui em Alagoinhas. O trio elétrico já estará esperando. Vamos invadir a cidade deles.
Concentração x provocação
Enquanto Namor é um torcedor mais contido, Zé do Caixão prefere provocar. Mesmo assim, algo não muda: a paixão que ambos nutrem por Jacuipense e Atlético-BA, respectivamente.
Namor, por exemplo, ao lado do filho, irá ao Estádio Valfredão vestido com a camisa do Jacuipense e com uma bandeira nas mãos. Na arquibancada, ele deve ficar mais quieto e concentrado nos primeiros minutos - se o restante da torcida permitir.
- Não gosto de ficar no meio da torcida no início do jogo, gosto de ficar concentrado, mais ao canto. Prefiro assistir mais quieto. Domingo não vai dar, porque vai estar cheio, não vai ter cantinho para ficar.
Zé do Caixão, além das provocações, tem em sua fé a certeza do bom resultado. De acordo com o torcedor do Carcará, domingo será dia de fazer orações desde cedo pela vitória do atual campeão estadual.
- De manhã, quando levanto, já chamo por Deus a vitória do Carcará. Vamos ganhar esse jogo de qualquer jeito. Mas demos azar que perdemos pênalti no primeiro jogo. Eles tiveram a sorte deles, e domingo será a nossa. Vamos vencer.
Quem perder vai sofrer
Carlos Alencar Carneiro voltou para Riachão do Jacuípe por amor à sua cidade, após trabalhar em Camaçari, em 1994. O sentimento por sua terra alcançou o Leão do Sisal. Uma paixão, segundo Namor, que não se explica.
- O Jacuipense considero uma coisa que nem sei explicar, gosto mesmo. Minha família até me critica. Inexplicável o que sinto. Fizeram até uma figurinha minha quando o Jacuipense subiu para a Série C, tiraram uma foto comigo chorando de alegria. Tenho várias camisas. É uma decepção quando perde. Se tiver alguém perto de mim, já percebe na hora, a minha esposa percebe.
O sentimento de Zé do Caixão não é diferente. Funcionário de um posto de gasolina, ele já fez trocas com colegas de trabalho para conseguir assistir a 30 minutos de jogo do Atlético-BA. Quando o Carcará perde, fica a tristeza.
- O Atlético é tudo para mim. Se tiver um jogo do Atlético e uma mulher me chamar para sair, ela pagando tudo, prefiro ir para o jogo. Se o Atlético perder é a mesma coisa que morrer gente da minha família. Nem quero ver os lances do jogo. O Atlético foi feito feito para vencer.
Jacuipense e Atlético-BA se enfrentam na primeira final entre equipes do interior na história do Campeonato Baiano. Será a terceira decisão consecutiva do Carcará, atual vencedor.
Do ge Esporte
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