Chip de 2 mm devolve visão parcial e pode chegar ao mercado em 2026


Um microchip ocular ultrafino e sem fio, implantado sob a retina, devolveu parcialmente a visão a pacientes com degeneração macular relacionada à idade (DMRI), doença que é uma das principais causas de cegueira irreversível em idosos. O avanço, conduzido por um ensaio clínico internacional liderado pela Stanford Medicine e publicado em 20 de outubro no New England Journal of Medicine, mostrou resultados expressivos: 27 dos 32 voluntários recuperaram a capacidade de leitura após um ano de uso.

Chamado PRIMA, o dispositivo mede apenas 2 milímetros e foi desenvolvido ao longo de duas décadas com o objetivo de substituir os fotorreceptores danificados, células responsáveis por captar a luz e enviar estímulos ao cérebro. Na prática, o chip atua como uma retina artificial, convertendo luz em sinais elétricos interpretados naturalmente pelo sistema visual.

Como funciona a tecnologia

O sistema PRIMA é composto por duas partes:

•Microcâmera integrada a óculos especiais, que captura imagens em tempo real.

•Chip fotovoltaico implantado atrás da retina, ativado por luz infravermelha e capaz de estimular células nervosas com impulsos elétricos.

Cada microeletrodo do chip recria um ponto da imagem, permitindo que o cérebro reconheça formas, letras e padrões. Por ser fotovoltaico, o dispositivo dispensa fios e baterias, tornando o procedimento menos invasivo que outras próteses visuais já testadas.

Resultados e próximos passos

Nos testes realizados em cinco países europeus, os pacientes voltaram a identificar símbolos e ler textos após semanas de treinamento visual. Um ano depois, a maioria apresentava leitura contínua com auxílio de contraste e ampliação digital. Efeitos colaterais foram considerados leves, como pequenos sangramentos e elevação temporária da pressão ocular.

A empresa Science Corporation, parceira no desenvolvimento, estima que o dispositivo chegue ao mercado em 2026, abrindo uma nova janela para a reabilitação visual em casos de atrofia geográfica.

Por Comunicação em Ação | com informações de 
Laura Vieira / Xataka
Foto: Xataka

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