Os três principais aeroportos do Paquistão ficaram fechados na manhã desta quinta-feira (8), após novas trocas de tiros serem registradas durante a noite entre a Índia e o Paquistão. Os dois países prosseguiram com os ataques de artilharia na fronteira da disputada região da Caxemira, um dia após os confrontos mais violentos em duas décadas entre essas duas potências nucleares vizinhas.
O exército paquistanês acusou Nova Delhi de enviar pelo menos 25 drones para o seu território, alegando ter neutralizado a maioria deles.
A Índia prometeu uma resposta firme a qualquer ataque do Paquistão. Nesta quinta, as forças armadas indianas atacaram radares e sistemas de defesa aérea em vários locais no Paquistão, segundo informações do Ministério da Defesa. Um balanço mais recente divulgado pelas duas partes mostra que essas ofensivas já provocaram pelo menos 47 mortes de civis - 31 do lado paquistanês e 16 do lado indiano.
O aumento da violência reforça a preocupação da comunidade internacional, que está pedindo que os dois países diminuam a tensão. Mísseis lançados pelo exército indiano já destruíram parcialmente uma barragem estratégica na Caxemira paquistanesa. O primeiro-ministro indiano, Narendra Damodardas Modi, anunciou a sua intenção de cortar o abastecimento de água do rio que irriga 65% do território do Paquistão.
A tensão crescente entre os dois países vem aumentando desde o ataque em 22 de abril que matou 26 pessoas na parte da Caxemira administrada pela Índia. Essas pessoas eram turistas, a maioria hindus. A região de maioria muçulmana na Caxemira é dividida entre os dois países desde a independência do Reino Unido, em 1947, e tem sido cenário do movimento de insurgência que pede a independência ou anexação ao Paquistão.
O governo indiano acusa o Paquistão de apoiar esses grupos insurgentes e de abrigar células terroristas em seu território.
Da CBN - Maria Paula Carvalho — Paris
Foto: Indranil Mukherjee / AFP
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