O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica morreu nesta terça-feira (15), aos 89 anos. A informação foi confirmada pelo presidente Yamandú Orsi. Mujica estava em estado terminal e sob cuidados paliativos, segundo foi informado nos últimos dias por sua esposa, Lucía Topolansky.
Em abril de 2024, ele informou que foi diagnosticado com câncer de esôfago após um exame de rotina. Meses depois, em janeiro deste ano, ele contou que a doença se espalhou e que teria decidido não seguir com o tratamento, para "não sofrer em vão". Pepe sofria também de Síndrome de Strauss, uma doença imunológica crônica.
Presidente mais pobre do mundo
Mujica nasceu em 1935, em Montevidéu, capital uruguaia, e entrou na política por meio do Partido Nacional, um dos mais tradicionais do país. Detido e torturado durante a ditadura, ele ficou preso por mais de uma década e anos depois chegou à presidência, se tornando um dos chefes de Estado mais queridos internacionalmente.
Fundador do Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros, principal grupo militante de esquerda do país -, ele ficou conhecido também por seu estilo pouco apegado ao luxo, traço que manteve mesmo na presidência. Chegou a renunciar a parte do salário como presidente e a doar mais de R$ 1 milhão para um plano de habitação social. Pepe morava em uma chácara em Rincón del Cerro, na periferia de Montevidéu e costumava andar com um Fusca. O comportamento lhe rendeu o apelido de "presidente mais pobre do mundo".
Ele era também defensor de uma existência menos consumista e de iniciativas progressistas, como a legalização do aborto, da maconha e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, posicionamentos que colocaram ele como uma das principais referências da esquerda latino-americana.
Do Metro1
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