
A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizará uma aeronave para buscar os brasileiros deportados dos Estados Unidos que desembarcarão em Fortaleza (CE) nesta sexta-feira (7). Os repatriados serão levados ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), destino final da operação.
A informação foi antecipada nesta quinta-feira (6) pela analista de política da CNN, Jussara Soares.
A decisão foi tomada em reuniões do grupo de trabalho criado para tratar do tema, com participação de representantes do Itamaraty, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal e autoridades dos EUA, incluindo integrantes da Embaixada americana em Brasília e do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos.
O grupo de deportados partirá de Alexandria, no estado da Louisiana, com uma escala técnica em Porto Rico antes de seguir para Fortaleza. Em caráter excepcional, a FAB fornecerá uma aeronave para o deslocamento até Minas Gerais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que um diplomata do Consulado-Geral em Houston acompanhe o embarque dos brasileiros.
A operação ocorre após relatos de abusos e condições precárias enfrentadas por deportados em um voo realizado em 24 de janeiro. Segundo os passageiros, houve problemas com alimentação, falhas técnicas na aeronave, maus-tratos e agressões.
Esse voo foi o primeiro com deportados durante a gestão Trump, e as autoridades brasileiras foram surpreendidas com a decisão de algemar os imigrantes.
Após o pouso em Manaus (AM), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ordenou a retirada das algemas, classificando a prática como uma violação dos direitos fundamentais dos brasileiros.
Em resposta, Lula determinou o envio de uma aeronave da FAB para transportar os deportados de Manaus a Belo Horizonte. O avião utilizado foi um KC-30 do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT – Esquadrão Corsário).
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) classificou a conduta como “inaceitável” e afirmou que os brasileiros foram tratados de maneira “degradante”. A pasta destacou que a situação violou um acordo firmado com os Estados Unidos em 2018, que estabelece diretrizes para o tratamento dos deportados.
Do Bahia.ba