Por Geraldo Almeida Souza
A próxima eleição para prefeito de Alagoinhas poderá ser muito acirrada, tendo pela primeira vez três candidatos competitivos. Os grupos com maior chance de eleger um prefeito são o já tradicional de Paulo César, o da coligação da base do governador com Gustavo Carmo e/ou Radiovaldo Costa e o grupo da direita conservadora (a verdadeira novidade) com o Pastor Lins ou Domingos da Ki Doce, se ambos se juntarem.
Em uma análise individual, teoricamente Paulo César parte na frente, haja vista o que se fala à boca miúda sobre pesquisas para consumo interno, que o colocam com quase o dobro do segundo colocado. Paulo será mais uma vez páreo duro, porque o seu recall como prefeito é muito bom, estando na memória da população as suas grandes conquistas como o start para Alagoinhas se tornar um dos principais polos industriais do estado, principalmente com a chegada das indústrias de bebidas Schincariol (Heineken), Itaipava e São Miguel, a indústria de latinhas de alumínio, etc. Também se destacou no plano urbanístico com a competente atuação da secretaria de infraestrutura na elaboração do projeto de financiamento da CAF, que possibilitou ao seu sucessor realizar importantes obras estruturantes na cidade como o esgotamento sanitário e asfaltamento de dezenas de ruas, obras de macrodrenagem, etc.
Ainda na parte urbanística, é importante lembrar que foi na gestão dele que fôram realizadas obras marcantes como a avenida Joseph Wagner, o binário, a reforma da praça Rui Barbosa e a praça Primo Schincariol. Some-se a isso a sua natural vocação para interagir com o povo fazendo uso à larga do populismo. Entretanto a sua eleição ao paço municipal não são favas contadas porque como disse um velho político mineiro, política é como nuvem que toda hora muda de forma e posição.
Gustavo Carmo, a depender dos seus discursos na campanha, poderá se livrar da pecha de membro da política velha de Alagoinhas, isso se conseguir convencer Joaquim Neto a se resumir aos bastidores da campanha. Para contrabalançar, ele terá uma cabo eleitoral de peso que é a surpreendentemente muito boa política, a deputada Ludimila Fiscina, com o seu esfuziante entusiasmo que contagia e a torna um fenômeno de popularidade. Gustavo terá a melhor estrutura para a campanha, tanto financeira como de apoio da máquina pública municipal e estadual e isso poderá fazer a balança pender para o seu lado. Precisa apenas azeitar os seus discursos para ter uma comunicação espontânea nas palavras e nos gestos. Pela experiência acumulada em seus anos de política em Alagoinhas, tendo sido presidente da Câmara de Vereadores e secretário municipal em duas gestões, é um bom quadro para comandar o município.
A terceira opção virá da direita, que finalmente dará as caras numa eleição ao paço municipal. Alagoinhas precisa ter uma opção que não seja o Ba x Vi tradicional e engana-se quem pensa que entrará no jogo apenas para cumprir tabela. Nacionalmente a direita tem sido resiliente, pois tem sobrevivido com galhardia à opressão partida do judiciário, do governo federal, dos esquerdistas, da grande imprensa, do mundo artístico, etc. As redes sociais é a sua trincheira e local de contra-atacar. Não é improvável que Bolsonaro venha lançar a candidatura da direita e aí o bicho vai pegar porque ele é um nome que arrasta multidões por onde passa. Domingos é também um bom candidato, embora seja neófito em eleições, porque reúne algumas qualificações como ser realmente o novo para quem quer mudança, é corajoso, e gestor empresarial bem sucedido. Resta ver como se comportará nos pronunciamentos à população, pois ser bom comunicador pesa muito numa eleição para prefeito. Se for o pastor Lins é cobra criada na política municipal, tendo facilidade de articulações para atrair apoios, além de ter boa margem de votos entre os evangélicos.
Portanto, senhores, no cenário atual as cartas estão na mesa. Façam suas apostas.
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