Bento Albuquerque fala à PF que joias doadas ficariam com a União

Antes, o ex-ministro de Minas e Energia relatou que presente árabe seria para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

 

O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta terça-feira (14), em depoimento à Polícia Federal, que o estojo com joias de diamantes apreendido pela Receita Federal eram do acervo da União. Presente do governo da Arábia Saudita, o pacote é avaliado em R$ 16,5 milhões e entrou no país por meio do ex-integrante do governo Jair Bolsonaro e assessores via aeroporto de Guarulhos (SP) e não foi declarado à Receita Federal.

Quando a entrada irregular foi divulgada pelo Estado de S. Paulo, no último dia 3, o relato do militar era de que as joias eram endereçadas à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. “Isso era um presente. Como era uma joia, a joia não era para o presidente Bolsonaro, né… deveria ser para a primeira-dama Michelle Bolsonaro”, disse o ex-ministro.

No dia da apreensão, Bento Albuquerque retornou até a área da alfândega para liberar as joias, acionando a diretoria da Receita Federal para que esta interviesse nas ações dos auditores. Sobre o segundo pacote, que foi entregue ao ex-presidente Jair Bolsonaro – que se comprometeu a devolvê-los, segundo sua defesa -, o ex-ministro declara que só descobriu o conteúdo quando chegou em Brasília.

Além de tomar o depoimento de Bento Albuquerque, a PF vai colher explicações junto ao assessor Marcos André Soeiro, que estava na comitiva que voltava da Arábia Saudita e que transportava a bagagem que foi inspecionada pelos auditores da Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos. Segundo a Receita Federal, a incorporação de um presente de um chefe de Estado ao patrimônio da União deve seguir um rito que não foi cumprido neste caso. 

Estado de S. Paulo

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