Alagoinhas vive um momento efervescente em sua cena cultural. A abertura do 1º Festival Literário Corpo e Memória (Flicom) ocorreu nesta sexta-feira, 18, no Colégio Modelo (Rede Estadual), reunindo estudantes, artistas, produtores culturais e a comunidade. Com diversas expressões artísticas, o evento oferece vivências gratuitas que conectam o público à produção de escritores, artistas locais e intelectuais baianos.
“O Flicom é um projeto da Fundação Pedro Calmon, aprovado em edital no ano passado. A proposta é romper com a ideia de que literatura se limita à palavra escrita. Por isso, trazemos a perspectiva do corpo e da memória também nas artes cênicas, na performance, reconhecendo que o corpo guarda e transmite saberes, produz memória e oralitura”, explica a diretora-geral e curadora do festival, Bruna Meyer.
Segundo Bruna, a curadoria buscou oferecer um conjunto de experiências artísticas integradas. “O Flicom apresenta manifestações literárias, performáticas e musicais, buscando mostrar que tudo está interligado. A memória do nosso povo, especialmente a herança afro-indígena, está consolidada numa cosmovisão única. A literatura faz parte dessa unidade cultural”, destaca.
O festival conta com o apoio da Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte (Secet) e da Secretaria de Educação (Seduc). “Agradecemos ao prefeito Gustavo Carmo e ao secretário da Secet, João Henrique Paolilo, pelo apoio em infraestrutura e logística. As contribuições da gestão municipal foram importantes, possibilitando, por exemplo, o transporte de estudantes para participação nas atividades”, informa o produtor executivo do evento, Thierri Barbosa.
Para a diretora de Cultura da Secet, Maria Tereza Costa de Castro, ações culturais impactam diretamente no cotidiano da população. “Eventos desse porte fomentam debates contemporâneos, incentivam a leitura e a valorização das artes. Precisam ser apoiados não apenas pelo poder público, mas também pela sociedade, pois mobilizam, fortalecem identidades e promovem o que somos. A Secet reafirma a importância dos editais e da realização de iniciativas como essa para ampliar o alcance das expressões culturais em nossa cidade.”
Entre as atrações mais esperadas, a escritora e pesquisadora Bárbara Carine, conhecida como “A Intelectual Diferentona”, destacou o impacto do festival. “Acredito que o Flicom é um espaço potente de democratização do acesso à literatura, não apenas para os estudantes, mas para toda a comunidade. A literatura é um direito social e não pode se restringir ao ambiente escolar. Festivais como este promovem o encontro com novos autores, disseminam obras e criam oportunidades para que jovens se inspirem a se tornarem escritores, artistas, roteiristas. É um verdadeiro território de semeadura”, pontua.
Presente no evento como espectadora, Paula Ferreira da Silva reforçou a relevância de ações culturais permanentes. “Percebo como o Flicom ajuda a formar público e aproximar crianças e jovens de palestras, discussões e conteúdos educativos. Alagoinhas precisa desses projetos que envolvem alunos, professores e toda a comunidade. Cultura e educação devem andar juntas, e espero que tenhamos muitas outras edições”, conclui.
Programação
18/07/2025: Dia de palestras e rodas de conversa no Colégio Modelo (Rede Estadual), com apresentações à noite no Anfiteatro do Centro de Cultura de Alagoinhas.
19/07/2025: Dia de palestras, rodas de conversa e atividades no Foyer e salas do Centro de Cultura de Alagoinhas, com apresentações à noite no Anfiteatro do Centro de Cultura de Alagoinhas.