
Em sua delação, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), declarou que o ex-presidente “inspirava a esperança” de que algo pudesse convencer as Forças Armadas a agir após o resultado da eleição presidencial de 2022.
“[Bolsonaro] estava pressionado, pois mantinha contato com pessoas de fora. Ele se relacionava com representantes do agro, que não viam mudanças acontecerem. Eles acreditavam que algo iria ocorrer, como se ‘hoje fosse o dia’. Estavam, assim, ansiosos, esperando que ocorresse um golpe, com o presidente assinando um decreto que impulsionasse as Forças Armadas a se manifestarem”, afirmou Cid.
“Foi exatamente o que aconteceu, principalmente nesse período em que eles começaram a se dirigir ao Alvorada. O presidente chegou inclusive a conversar com eles. Assim, pressionavam: ‘nós contribuímos, estamos insistindo, pedindo, e cadê a ação?’ Foi nesse contexto que ele passou a pressionar para que algo ocorresse. Minha resposta foi que ele estava do lado do presidente, que, de certa forma, despertava a esperança de que algo pudesse convencer as Forças Armadas a agir. Esse era o ponto central”, completou.
As declarações estão registradas em um dos vídeos que compõem o conjunto de materiais da delação de Cid, divulgados nesta quinta-feira (20) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Do Bahia.ba