Mulheres ganham espaço em diretórios, mas ainda são menos de 30% na maioria das siglas

por Jade Coelho
Mulheres ganham espaço em diretórios, mas ainda são menos de 30% na maioria das siglas
Foto: Divulgação / Vamos a Volver
Em pouco mais de dois anos a presença feminina nos diretórios estaduais de partidos na Bahia cresceu. Das 32 siglas inscritas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 10 possuem mais de 30% dos cargos ocupados por mulheres: PMN (56%), PSOL (51%), PCB (50%), PSL (50%), PT (47%), PTB (36%), PCdoB (34%), Patriota (33%), Cidadania (31%) e Rede (31%). O sistema do TSE indica três partidos com "nenhum registro encontrado", PRTB, PSTU e Unidade Popular.

Em 2017, quando o Bahia Notícias realizou o mesmo levantamento de mulheres nos diretórios estaduais, a presença feminina era maior que 30% em apenas quatro das 31 siglas registradas no Tribunal (PMN, PMB, PT e PSOL) (leia mais aqui).

Vereadora de Salvador, Aladilce Souza (PCdoB) vê ainda um longo caminho pela frente. Ela defende que é essencial que os partidos deem exemplo nas suas estruturas. “São os partidos que constroem os projetos de poder para a sociedade, essas instituições que elaboram e pensam sobre os projetos políticos. Temos que ter o olhar feminino”, defendeu a vereadora ao destacar a capacidade feminina.

Para a edil, os partidos políticos são formados em sua maioria por homens formados socialmente em meio a cultura do machismo. “A questão do machismo é cultural e ideológica, perpassa todas estruturas da sociedade. Partidos são feitos de homem que são socialmente formados, ormados a partir da cultura machista, do patriarcado, da ideia de que as mulheres não devem ocupar esse espaços”, lamentou Aladilce.

Nesta semana a Comissão de Direito Eleitoral da OAB-DF divulgou nota em que pede que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprecie uma consulta apresentada pela deputada federal baiana Lídice da Mata (PSB), com o objetivo de aumentar a participação das mulheres na direção dos partidos políticos. A consulta foi apresentada pela parlamentar em 2017, quando ela ocupava o cargo de senadora da República. No Brasil, desde 2009 é obrigatório um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas nas chapas proporcionais. Na visão de Lídice, a presença de mulheres também nos diretórios é importante para incluir a mulher nas deliberações partidárias (saiba mais aqui).
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