por Folhapress

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Pela primeira vez, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) realizará pesquisas na Antártida, investigando eventuais ameaças de microrganismos presentes na região, como bactérias, vírus, fungos e parasitas, à saúde humana e dos animais.
Ao mesmo tempo atuará na busca de microrganismos que podem ajudar na formulação de novos medicamentos.
"É muito importante imprimir essa visão integrada e multidisciplinar, principalmente com enfoque na saúde pública", diz Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, que esteve presente na inauguração da nova base.
A instituição tem um dos 17 laboratórios da nova base científica brasileira na Antártida, o Fiolab. O primeiro projeto aprovado em edital do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) tem duração de quatro anos.
Ao todo, o edital, de R$ 2018, prevê R$ 18 milhões para 19 projetos de pesquisa de várias instituições do país. Outros R$ 2 milhões foram destinados para a compra de equipamentos para os laboratórios.
A projeto de pesquisa da Fiocruz também pretende avaliar a diversidade genética, virulência e capacidade metabólica e genômica dos microrganismos estudados -por exemplo, verificando quais são naturais da Antártida e quais são trazidos por animais, por correntezas, por aves migratórias, correntes de ar, por pesquisadores, por visitantes e turistas.
Com isso, explica Nísia Lima, a ideia é tentar estimar o risco que eles oferecem para o continente sul-americano. Ou seja, será um projeto de vigilância e prevenção epidemiológica em longo prazo.
Os microrganismos podem estar presentes nos animais que vivem ou circulam pela região, nas águas, nos solos, nas rochas e ainda no permafrost, que é um tipo de solo encontrado na região do Ártico e formado por terra, gelo e rochas que estão permanentemente congelados.
Esses patógenos poderão surgir a partir do degelo da calota polar, com a exposição de camadas inferiores de gelo e solo pelo aumento da temperatura, e da migração de espécies que buscarão alimentos em outros ambientes.
De acordo com Lima, outra linha de pesquisa é a chamada bioprospecção, ou seja, microrganismos que podem, no futuro, atuar na formulação de medicamentos. Eles vivem em ambientes extremos e têm na constituição moléculas e competências fisiológicas e químicas diferenciadas, com potencial para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos em saúde, como medicamentos e insumos.
"A Fiocruz trabalha na perspectiva do complexo econômico industrial da saúde. Temos Farmanguinhos, desenvolvendo fármacos, BioManguinhos, na linha de vacinas e biofármacos."
Segundo ela, antes dessa participação mais institucional, a Fiocruz já tinha parcerias com pesquisadores antárticos e lideranças do programa, como o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Marinha.
A ideia, afirma Lima, é ir ampliando a participação de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento neste projeto. "É estratégico para o país e para a saúde do planeta."
Um deles é o microbiologista Luiz Rosa, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e coordenador do Myconantar, um braço do Proantar que estuda fungos antárticos há 12 anos e reúne mais de 70 pesquisadores.
Rosa tem uma das maiores coleções de fungos do continente gelado do mundo, cerca de mil, e desenvolve pesquisas interdisciplinares. Desde a identificação e possíveis aplicações desses microrganismos em futuros fármacos até o papel deles como herbicidas e pesticidas menos tóxicos na agricultura.
"Tudo o que vem para somar, é sempre bom. Temos dezenas de estudos já publicados e um livro sobre fungos na Antártica. A sobreposição de pesquisas seria um desperdício de dinheiro público, por isso será preciso otimizar os esforços."
Ao mesmo tempo atuará na busca de microrganismos que podem ajudar na formulação de novos medicamentos.
"É muito importante imprimir essa visão integrada e multidisciplinar, principalmente com enfoque na saúde pública", diz Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, que esteve presente na inauguração da nova base.
A instituição tem um dos 17 laboratórios da nova base científica brasileira na Antártida, o Fiolab. O primeiro projeto aprovado em edital do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) tem duração de quatro anos.
Ao todo, o edital, de R$ 2018, prevê R$ 18 milhões para 19 projetos de pesquisa de várias instituições do país. Outros R$ 2 milhões foram destinados para a compra de equipamentos para os laboratórios.
A projeto de pesquisa da Fiocruz também pretende avaliar a diversidade genética, virulência e capacidade metabólica e genômica dos microrganismos estudados -por exemplo, verificando quais são naturais da Antártida e quais são trazidos por animais, por correntezas, por aves migratórias, correntes de ar, por pesquisadores, por visitantes e turistas.
Com isso, explica Nísia Lima, a ideia é tentar estimar o risco que eles oferecem para o continente sul-americano. Ou seja, será um projeto de vigilância e prevenção epidemiológica em longo prazo.
Os microrganismos podem estar presentes nos animais que vivem ou circulam pela região, nas águas, nos solos, nas rochas e ainda no permafrost, que é um tipo de solo encontrado na região do Ártico e formado por terra, gelo e rochas que estão permanentemente congelados.
Esses patógenos poderão surgir a partir do degelo da calota polar, com a exposição de camadas inferiores de gelo e solo pelo aumento da temperatura, e da migração de espécies que buscarão alimentos em outros ambientes.
De acordo com Lima, outra linha de pesquisa é a chamada bioprospecção, ou seja, microrganismos que podem, no futuro, atuar na formulação de medicamentos. Eles vivem em ambientes extremos e têm na constituição moléculas e competências fisiológicas e químicas diferenciadas, com potencial para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos em saúde, como medicamentos e insumos.
"A Fiocruz trabalha na perspectiva do complexo econômico industrial da saúde. Temos Farmanguinhos, desenvolvendo fármacos, BioManguinhos, na linha de vacinas e biofármacos."
Segundo ela, antes dessa participação mais institucional, a Fiocruz já tinha parcerias com pesquisadores antárticos e lideranças do programa, como o Ministério de Ciência e Tecnologia e a Marinha.
A ideia, afirma Lima, é ir ampliando a participação de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento neste projeto. "É estratégico para o país e para a saúde do planeta."
Um deles é o microbiologista Luiz Rosa, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e coordenador do Myconantar, um braço do Proantar que estuda fungos antárticos há 12 anos e reúne mais de 70 pesquisadores.
Rosa tem uma das maiores coleções de fungos do continente gelado do mundo, cerca de mil, e desenvolve pesquisas interdisciplinares. Desde a identificação e possíveis aplicações desses microrganismos em futuros fármacos até o papel deles como herbicidas e pesticidas menos tóxicos na agricultura.
"Tudo o que vem para somar, é sempre bom. Temos dezenas de estudos já publicados e um livro sobre fungos na Antártica. A sobreposição de pesquisas seria um desperdício de dinheiro público, por isso será preciso otimizar os esforços."
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SAÚDE